Pesquisas sobre políticas educacionais ocorreram com a avaliação de participantes da 5ª Conferência Fapesp 60 anos
Apesar de uma da política educacional brasileira contar com ações de muitos anos, como a distribuição de livros didáticos pelo Estado, ainda sim falta uma estruturação do ensino básico. E especialmente em pequenas cidades distantes dos grandes centros urbanos. Além disso, poucas pesquisas indicam o que funciona e o que precisa ser aprimorado nessas ações.
Pesquisas sobre políticas educacionais
Na visão de especialistas e participantes da 5ª Conferência Fapesp 60 anos, que ocorreu no dia 20 de outubro e que está disponível no YouTube, faltam pesquisas sobre políticas educacionais no Brasil. Isso tudo principalmente no ensino básico.
De acordo com Marco Antonio Zago, presidente da Fapesp, durante a abertura do evento:
“Nossa educação básica demanda reformas em muitos aspectos. Mas uma questão central é que seu planejamento e execução precisam ser muito mais embasados na ciência, nos dados, nas evidências, do que são hoje. É necessário aplicar os resultados das evidências científicas acumuladas e, ao mesmo tempo, trabalhar para ter mais informações. Portanto, a Fapesp está altamente interessada em contribuir para esse debate, apoiando propostas e projetos que visem obter esses dados, assim como ajudar a desenhar políticas públicas para aplicá-los.”
A conferência teve como mediador Mozart Neves Ramos, membro do Conselho Superior da Fapesp.
Assessoria de Evidências Educacionais no Ministério da Educação
Já Rossieli Soares, secretário de Educação do Estado de São Paulo, falou sobre a criação da Assessoria de Evidências Educacionais no Ministério da Educação, quando foi ministro em 2018.
À época, o objetivo era justamente ser transparente em relação aos dados gerados pela pasta, além de promover o uso apropriado das evidências e fomentar a inovação para aperfeiçoar a qualidade das políticas educacionais. No governo estadual, ele implantou o Escritório de Evidências.
Pesquisas sobre políticas educacionais e seus indicativos
Para o pesquisador associado do Instituto de Estudos de Política Econômica – Casa das Garças, sociólogo Simon Schwartzman, a existência de exames externos da educação e dos indicadores não deve ser um fim em si.
Saúde
Por outro lado, na saúde, a pesquisa seria incentivada pelo potencial direto de aplicação. Porém, o mesmo não ocorre na educação. Por exemplo, as chamadas de pesquisa são específicas na saúde. Mas são genéricas e muito menores em número na área de educação, afirma Roberto Lent, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Por conta desses pensamentos, a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) e a Fapesp devem lançar em breve uma chamada de projetos de pesquisa para implantação no ensino básico do Estado.
Rossieli Soares finalizou:
“O Brasil precisa aprender a fazer educação olhando para evidências. Hoje temos pesquisas importantes, mas geralmente feitas no hemisfério Norte. Temos de aproximar, por exemplo, o processo de alfabetização dos estudos na neurociência. Essa deve ser uma luta fundamental.”
*Foto: Divulgação/Rovena Rosa/Agência Brasil